segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Budismo e Saúde


“Só a nossa terra adoece, o céu não adoece” foram as palavras de um Lama, representante do budismo tibetano, ao falar sobre saúde em uma palestra em Belo Horizonte.

A idéia central é que existe em todos uma natureza primordial, ou espaço básico que está além das doenças. Todos os desequilíbrios estariam estruturadas em nossas identidades e nos danos que elas sofreram ao longo de nossa história, ou seja, nossas experiências desde que viemos ao mundo, ou até mesmo, em estruturas relacionadas as vivências e histórias de nossos pais e ancestrais. Estas histórias geraram padrões que podem atravessar gerações, e predispô-las a determinadas doenças. Essa tendencias e histórico aproxima-se do que poderíamos chamar de estruturas karmicas.

Isso não quer dizer então que, a partir do momento em que descobrimos que nossas doenças estão predispostas por estruturas karmicas, isso as torne simples de se resolver, as doenças assim como nossas questões existenciais são arraigadas e podem estar profundamente estabelecidas em nós. Alterar padrões profundos, por vezes ancestrais pode ser muito mais árduo, que tratamentos convencionais.

Várias linhas médicas e terapêuticas possuem um trabalho e estudos válidos e lutam no sentido de amenizar o sofrimento humano, dentre os quais a doença está entre os mais difíceis de lidar. Cada uma delas parece mais indicada as peculiaridades existências de cada individuo.







O budismo também trabalha com a perspectiva de nos libertar do sofrimento, e apesar da compreensão de que a um espaço que está além de todas as doenças, ainda sim seus praticantes sofrem de doenças graves, procuram médicos, e podem ir parar em um hospital, mesmo os monges.

Como poderíamos então nos beneficiar?Se até mesmo os monges, dedicados a pratica adoecem? Acredito que o budismo, através da meditação, assim como outras religiões e também as terapias alternativas ou integrativas, trabalham no sentido de melhorar o estado geral de uma pessoa, em sua relação com a vida. Idealmente pode nos aproximar de um estado inicial original, além das estruturas karmicas, o que irá favorecer a qualquer pessoa no sentido de abrandar, e suportar as diversas dificuldades, além de aproximar-nos do espaço básico, que está além da doença

A saúde não é uma questão médica, a questão médica é a doença, a saúde é uma questão ampla que pode ser influenciada positivamente por varias linhas: a qualidade de nossas relações, a forma como nos vemos, o nível de autocrítica que mantemos sobre nossas próprias atitudes são exemplos pouco usuais.

 Uma das riquezas que considero na perspectiva budista é o enfoque no sofrimento. Ao investigar o sofrimento podemos encontrar as causas primeiras, diretas, que impedem nossa felicidade, que pode ser vista como um parâmetro fundamental da nossa saúde. A felicidade é um indicador de que as coisas estão funcionando para nos mesmos, e isso é saúde.

Quando o estado geral de uma pessoa melhora, tudo melhora, sua condição de enfrentar uma doença se desenvolve, sua alegria avança e mesmo que esteja doente pode sentir na vida, uma perspectiva agradável, sem a qual se entregaria. Este é o sentido do trabalho holístico, também é buscado na prática religiosa, e no esoterismo. Podemos ser conscientes de como influenciar de maneira positiva nossos estados de espíritos, devíamos considerar isto como premissa para uma vida saudável.








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