terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ecoeconomia Holistica

A economia se tornou como que um diabo moderno, no filme o “Advogado do Diabo” este resolveu manifestar-se como um empresário dono de uma mega empresa de advocacia em Nova York. Hoje no Brasil alguns homens de negócios nos soam igualmente diabólicos, isso é obviamente uma idealização, com uma origem real, a falta de consideração da economia moderna pelos sentimentos e bem estar das pessoas.

Grande parte dos seres humanos, para sobrevier na sociedade moderna, precisa em maior ou menor grau suprimir seus sentimentos profundos, sua sensibilidade. Preferimos desviar nosso olhar a nos responsabilizar pelo sofrimento do próximo. Afinal, a desgraça alheia é culpa de quem a está vivendo não é? Tentamos nos convencer a nós mesmos, porém, algo no fundo de nós, prefere não olhar, pois isso poderia nos sensibilizar.

 Sofremos também pela destruição da natureza, todos fomos crianças e nos encantamos pelas arvores e pássaros, animais de todas as espécies, porém se considerarmos este sofrimento, no nosso dia a dia, ficaríamos paralisados uma vez que contribuímos para essa destruição a todo instante. Uma embalagem de alimento, um ônibus que tomamos, uma festa que gera muito lixo... e por ai vai, nossa imensa pegada ecológica ameaça esmagar todo planeta.

As perspectivas ecológicas soam chatas, o famoso ecochato, alguém com coragem para olhar sentir avaliar, diante da passividade da grande maioria. Uma vida ecológica parece mesmo uma castração diante da grande abundância do mercado de bens de consumo. O que esquecemos de colocar na balança é que ao suprimirmos nossos sentimentos estamos suprimindo a vida do corpo, e se a vivacidade diminui, tudo perde o sabor. A forma de produção, as conseqüências desta produção para o mundo e o futuro do planeta, para o nosso organismo e para o organismo de quem o produziu, são todos valores que quando agregados deveriam aumentar o valor e a credibilidade do que se compra.




Esta é a armadilha em que nos encontramos, semelhante aquele macaco, que ao apanhar um bocado de sementes no buraco de uma árvore, se vê preso pela mão fechada, e basta que abra a mão e fuja, porém ele não solta as sementes, e é pego pelo caçador. Nem tudo esta perdido, ao avaliarmos holisticamente a saúde de um individuo devemos sem dúvida considerar a sua relação com a terra. Existem hoje muitos movimentos que buscam reintegrar o homem e a natureza, inserido-o em termos da responsabilidade universal, sem desconsiderar o fator econômico.

A permacultura esta ganhando espaço, uma vez que consegue produzir sem degradar o meio ambiente entre outras vantagens que recebiam pouco valor, sendo um exemplo do que poderíamos chamar de uma eco-economia. Ela vem recebendo o devido valor, a partir da produção de alimentos mais saudáveis, sem componentes químicos. Há também o fato de que ela revitaliza e valoriza o terreno onde está instalada, podendo ser usada como uma medicina da terra, em ambientes degradados. Considerando ainda variantes mais sutis, como fortalecer o espírito daqueles que fazem parte de sua cadeia, por se ajustarem as necessidades globais, respeitando as gerações subseqüentes. Perde-se, obviamente, no volume alcançado nas monoculturas latifundiárias, essa abundancia que se transformou num índice de desperdício próximo de 33% da produção mundial de alimentos.

A permacultura é um exemplo, existem outros. É na valorização de atributos até então pouco valorizados que es alternativas econômicas mais ecológicas e humanizadas como as produções ecológicas e o mercado justo, estão ganhando espaço. Talvez esteja aqui um terreno fértil para o ser humano recuperar o respeito por si próprio, respeitando seus sentimentos, seu ambiente e seu próximo, buscando assim uma vida com mais vitalidade e saúde. O documentário abaixo conta uma interessante, e muito trágica história de grande relevância para o nosso tema.



Ecologia, Economia, Responsabilidade universal

Acessos pelo mundo.