quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Saúde ambiental



O meio que habitamos é fator determinante para nossa saúde. Costumamos abordar saúde e meio ambiente como coisas diversas, temos, por exemplo, um ministério da saúde e um do meio ambiente. Porém, se caminharmos no sentido de uma visão holística, ambos serão indissociáveis, assim como são indissociáveis o IDH do desenvolvimento econômico, quando esse desenvolvimento não acontece pela deterioração das pessoas e ambientes naturais , matriciais, das localidades em que são medidos .

Podemos exercitar unificar nosso pensamento, ao supormos a terra, em que plantamos os alimentos, como um único organismo, mesmo sabendo que se trata de um conjunto destes, e então aplicar a ela o conceito de saúde. Trata-se de um novo olhar sobre o ambiente, assim podemos nos sensibilizar para o meio natural de uma forma terapêutica, com a qual já estamos familiarizados a usar para nossos próprios corpos e os de nossos parentes e animais...etc. Trata-se de voltar um olhar mais orgânico e menos técnico sobre o planeta, sobre a terra em que se planta, sobre as águas que correm.



Tomemos como exemplo uma fazenda de monocultura que esta desnutrindo o solo e pode acabar por torná-lo estéril , quem deveria intervir? O ministério da saúde ou do meio ambiente? O senhor de terra, proprietário a quem foi dado cuidar daquela porção de terra, que vai produzir e beneficiar  centenas, por vezes milhares ou até milhões de pessoas, deve ser o primeiro responsável. Ele possui muitas alternativas; como contratar um engenheiro agrônomo, que como um terapeuta, tem condição de cuidar da saúde daquele solo e garantir a continuidade produtiva. Pode ir mais longe e contratar um ecologista que pode tratar da interação daquela área com todo o ecossistema em que esta inserida, e com isso tornar sua produção mais digna, fazendo algo que não é exigido pela legislação, porém obtendo reconhecimento em termos da responsabilidade universal, elemento de vanguarda nas tendências mundiais, que vem sendo defendida pelo Dalai Lama, conhecido monje budista.

Nós que somos consumidores e habitantes das cidades temos meios de nos inserir nesses termos e começar a praticar nossa saúde não apenas nas academias ou com caminhadas. Inserirmo-nos em ações pela saúde do ambiente é um ato de respeito com nós mesmos um reflexo da nossa atitude com nosso próprio corpo que é inseparável do ambiente, este corpo é formado diariamente, pelo ar que respiramos, pelo alimento que consumimos, pela água que bebemos.

Existe ainda um fator muito significante para nossa saúde e que não se relaciona diretamente com nosso corpo físico, é o nosso estado de espirito. Quando dizemos que estamos buscando nos responsabilizar por tudo que acontece a nossa volta, que estamos abraçando a ideia de responsabilidade universal, ganhamos um novo espirito, a partir dai, nos tornamos parte desta terra na qual vivemos, somos parte do cosmos e cada pequena ação nossa repercute por todo o universo.



Assim no seu sentido mais profundo e verdadeiro a saúde também significa um estar conectado com o ambiente. Sentir nosso corpo como uma extensão do corpo vivo da terra, esta que nos nutri de alimentos, venham eles do mar ou da terra, esta que guarda o ar que precisamos, que gera águas que vem das profundidades e brotam no alto dos picos, não estamos falado de uma rocha formadas por camadas, estamos falando do grande organismo que nos criou e mantém, devemos olhar por ela.   



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Budismo e Saúde


“Só a nossa terra adoece, o céu não adoece” foram as palavras de um Lama, representante do budismo tibetano, ao falar sobre saúde em uma palestra em Belo Horizonte.

A idéia central é que existe em todos uma natureza primordial, ou espaço básico que está além das doenças. Todos os desequilíbrios estariam estruturadas em nossas identidades e nos danos que elas sofreram ao longo de nossa história, ou seja, nossas experiências desde que viemos ao mundo, ou até mesmo, em estruturas relacionadas as vivências e histórias de nossos pais e ancestrais. Estas histórias geraram padrões que podem atravessar gerações, e predispô-las a determinadas doenças. Essa tendencias e histórico aproxima-se do que poderíamos chamar de estruturas karmicas.

Isso não quer dizer então que, a partir do momento em que descobrimos que nossas doenças estão predispostas por estruturas karmicas, isso as torne simples de se resolver, as doenças assim como nossas questões existenciais são arraigadas e podem estar profundamente estabelecidas em nós. Alterar padrões profundos, por vezes ancestrais pode ser muito mais árduo, que tratamentos convencionais.

Várias linhas médicas e terapêuticas possuem um trabalho e estudos válidos e lutam no sentido de amenizar o sofrimento humano, dentre os quais a doença está entre os mais difíceis de lidar. Cada uma delas parece mais indicada as peculiaridades existências de cada individuo.







O budismo também trabalha com a perspectiva de nos libertar do sofrimento, e apesar da compreensão de que a um espaço que está além de todas as doenças, ainda sim seus praticantes sofrem de doenças graves, procuram médicos, e podem ir parar em um hospital, mesmo os monges.

Como poderíamos então nos beneficiar?Se até mesmo os monges, dedicados a pratica adoecem? Acredito que o budismo, através da meditação, assim como outras religiões e também as terapias alternativas ou integrativas, trabalham no sentido de melhorar o estado geral de uma pessoa, em sua relação com a vida. Idealmente pode nos aproximar de um estado inicial original, além das estruturas karmicas, o que irá favorecer a qualquer pessoa no sentido de abrandar, e suportar as diversas dificuldades, além de aproximar-nos do espaço básico, que está além da doença

A saúde não é uma questão médica, a questão médica é a doença, a saúde é uma questão ampla que pode ser influenciada positivamente por varias linhas: a qualidade de nossas relações, a forma como nos vemos, o nível de autocrítica que mantemos sobre nossas próprias atitudes são exemplos pouco usuais.

 Uma das riquezas que considero na perspectiva budista é o enfoque no sofrimento. Ao investigar o sofrimento podemos encontrar as causas primeiras, diretas, que impedem nossa felicidade, que pode ser vista como um parâmetro fundamental da nossa saúde. A felicidade é um indicador de que as coisas estão funcionando para nos mesmos, e isso é saúde.

Quando o estado geral de uma pessoa melhora, tudo melhora, sua condição de enfrentar uma doença se desenvolve, sua alegria avança e mesmo que esteja doente pode sentir na vida, uma perspectiva agradável, sem a qual se entregaria. Este é o sentido do trabalho holístico, também é buscado na prática religiosa, e no esoterismo. Podemos ser conscientes de como influenciar de maneira positiva nossos estados de espíritos, devíamos considerar isto como premissa para uma vida saudável.








Ecologia, Economia, Responsabilidade universal

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